Indispensáveis para o desenvolvimento do regadio e para o abastecimento das povoações, as albufeiras constituem lugares privilegiados para desfrutar da natureza, para a observação da flora e fauna ou para a prática de desportos aquáticos.
Inauguradas em 1949, estas duas barragens têm como objetivo aumentar o aproveitamento hidroagrícola do vale do Sado. A cultura mais abrangida pelos recursos hídricos é a do arroz, com grande vantagem sobre outras menos significativas em termos de rega, como a do girassol ou a do tomate. Possuem também duas centrais hidroelétricas, sendo a mais potente e produtiva a do Pego do Altar, que produz cerca de 5,2 GWh de energia em termos médios anuais.
A barragem de Vale do Gaio, com uma bacia hidrográfica que se estende por 509 Km2, é um dos locais ideais para a prática de vela, de windsurf, de canoagem e de pesca desportiva. Na margem um encantador hotel convida ao repouso e à contemplação da paisagem.
A barragem do Pego do Altar é também convidativa e ótima para uma caminhada descontraída. A prática de várias atividades aquáticas, como a pesca de achigãs ou carpas, e a prova de um petisco da região no restaurante existente nas imediações ou na aldeia de Santa Susana, a pouca distância, são outras das sugestões a ter em conta. O grande lago, que corresponde a uma bacia hidrográfica com 743 Km2, quer seja visto a partir das portas da barragem ou da zona de Rio Mourinho (que se recomenda para passeio), parece fundir-se com o arvoredo verdejante pouco comum no Alentejo.
Um dos grandes símbolos do concelho e um importante foco de desenvolvimento. Foi a principal razão da existência humana na cidade desde a Idade do Ferro, passando pelas civilizações fenícia e romana. As principais atividades associadas eram a pesca e as salinas. A sua navegabilidade permitiu que o rio se transformasse num importante interposto comercial da península.
É um dos poucos rios da Europa que corre de sul para norte, percorrendo 180 quilómetros até à foz, perto de Setúbal.
Entre as planícies que ladeiam o rio dominam as culturas de sequeiro e extensivas como o trigo, a cevada, o montado e os olivais, mas também os arrozais. Um clima seco e quente, apesar da proximidade do Atlântico, acentua as características mediterrânicas.
A área do pinheiro-manso rivaliza com a do sobreiro. O concelho de Alcácer possui a maior extensão de pinhal manso da Europa e uma área considerável de pinheiro-bravo. Para além da beleza verdejante desta paisagem, o seu peso económico mede-se também pela importância da apanha da pinha, uma das atividades sazonais que mais gente emprega, e pela qualidade superior do pinhão aqui produzido.
O concelho de Alcácer do Sal é abrangido pela Reserva Natural do Estuário do Sado, uma área protegida de grande diversidade biológica que compreende 23.160 hectares, entre áreas húmidas, mas também zonas de terra firme e pequenos cursos permanentes de água doce.
A importância da fauna e da flora estende-se desde a vegetação de água salgada, ao sapal que abriga numerosas espécies, que encontram no estuário refúgio e alimentação. A cegonha branca tem ali um dos principais núcleos reprodutores em Portugal; há uma importante comunidade de flamingos-rosa, mas também garças, pernas-longas, colhereiros, aves de rapina, patos, guarda-rios e também mamíferos: a lontra-europeia, o saca-rabos, a raposa, o gamo, o texugo e o roaz-corvineiro, uma das espécies ameaçadas que é urgente proteger.
A fertilidade e a riqueza da região abrangida pela reserva justificam a sua ocupação pelo homem desde o Neolítico. As populações humanas estabeleceram-se ali há cerca de cinco mil anos e a sua presença atesta-se pelo que resta da feitoria fenícia de Abul ou pelos fornos romanos da herdade do Pinheiro.
A atividade humana divide-se entre a pesca artesanal, a aquicultura, a salicultura, a recolha de mariscos, criação de gado bovino e a agricultura.