Lagarto do Pinheiro – Precauções a adotar
Atualizado em 28/06/2022No decorrer das últimas semanas tem sido notada, no concelho de Alcácer do Sal, a existência de Lagarta do Pinheiro (thaumetophoea pityocampa), conhecida como Lagarta Processionária. É um inseto desfolhador dos pinheiros e cedros em Portugal e o nome atribuído provém da sua descida dos pinheiros, em fila, em busca de um local para se enterrar e passar às fases seguintes de desenvolvimento, sendo que é, nesta fase, que apresentam risco para a saúde pública, devido à presença dos pêlos urticantes que se espalham pelo ar.
As crianças e os animais raramente sentem repulsa por este inseto, e sentem-se até impulsionadas a interagir com elas, daí o perigo.
Caso encontre ninhos ou uma “procissão de lagartas”, em espaço público, não se aproxime e comunique aos serviços da Câmara Municipal através do número 265 610 040.
PRECAUÇÕES EM ADULTOS E CRIANÇAS
Tem existido, nos últimos anos, alguns casos com exposição mediática de surtos de dermatites por lagarta de pinheiro em algumas escolas. É importante os pais reterem que, na grande maioria dos casos, a exposição a este inseto causa uma doença benigna, com resolução simples, que atinge apenas a pele, não havendo por isso razões para alarme.
Porém, em caso de aparecimento de sintomas de alergia (que são transitórios – menos de 24 horas), consulte de imediato o Centro de Saúde de Alcácer do Sal (265610500), lave a roupa a altas temperaturas (maior ou igual a 60ºC) porque a proteína dos pêlos urticantes responsável pelas alergias – a taumatopoína – só é desnaturada a partir destas temperaturas.
Os sintomas poderão ser:
Urticária: irritação na pele (geralmente ardor, comichão e manchas avermelhadas na pele);
Irritação nos olhos (olhos avermelhados, inchados e com comichão);
Alterações no aparelho respiratório (dificuldade respiratória).
PRECAUÇÕES EM ANIMAIS DOMÉSTICOS
No caso dos animais domésticos, se notar alguma alteração, por exemplo, na coloração da língua, recorra de imediato ao veterinário. A mucosa oral e a língua são as zonas anatómicas mais afetadas, podendo a zona ocular ser também afetada.
PREVENÇÃO: Nesta altura, deve impedir-se o acesso dos animais a pinhais, jardins ou bosques, onde existam pinheiros ou cedros. Se vir as lagartas, não deixe que crianças ou animais lhes toquem.
SINAIS CLÍNICOS NOS ANIMAIS são variáveis e têm caráter evolutivo:
- inchaço do focinho
- salivação excessiva
- dificuldade em engolir
- prurido intenso, sobretudo na face
- urticária
- vómitos
- apatia
- perda de apetite
- dificuldade em mastigar
- alterações oculares
A língua é o órgão mais afetado, uma vez que é o que mais frequentemente entra em contacto direto com a lagarta, quando o cão explora o seu sabor e textura. Inicialmente aumenta de volume, torna-se azulada, surgindo, posteriormente, áreas de necrose (morte dos tecidos), de cor amarelada ou preta. Podem desenvolver infeção dos lábios, língua e de toda a garganta, para além da perda de tecidos, nas zonas necróticas, entre 6 a 10 dias depois da exposição. No caso de contacto com os olhos, estes podem ficar com uma tonalidade azulada (devido a edema), fobia à luz, prurido ocular, conjuntivite e úlcera da córnea. Os sinais clínicos sistémicos são raros e incluem choque anafilático, tremores musculares, coma e morte.