A Associação Clandestina trouxe, durante o dia de ontem (3 de abril de 2025) o documentário “Aqueles que ficaram (em toda a parte todo o mundo tem)” ao Auditório Municipal de Alcácer do Sal. A peça foi exibida em duas sessões distintas, tendo a primeira sido direcionada para a comunidade escolar (à tarde), e a segunda aberta ao público em geral, numa sessão noturna. O documentário foi devidamente apresentado pela autora Marianela Valverde, tendo a exibição contado com a presença dos vereadores Vera Letras (sessão da tarde) e Manuel Vítor de Jesus (noite). A iniciativa contemplou igualmente a disponibilização do livro “Os Impactos da Ditadura nas Famílias dos Opositores Políticos”, da mesma autora, e uma sessão de autógrafos.
SINOPSE
Portugal viveu 41 anos o regime político do Estado Novo, que prendeu, torturou e levou ao exílio a quem se lhe opunha. Através dos testemunhos directos de 28 familiares de resistentes deste regime ditatorial, faz se o retrato de uma época e de um país, mas também se abrem linhas para o entendimento deste presente.
Depois da voz dada aos presos políticos, clandestinos, exilados ou deportados em vários trabalhos anteriores, chegou a hora de ouvir quem também resistiu ao “cárcere” das privações materiais e emocionais, tantas vezes ainda sem idade para entender e muito menos aceitar as inevitáveis e profundas mudanças abruptas no quotidiano. Filhos, filhas, mulheres quase sempre e ainda hoje em silêncio.
Partindo da recolha e análise de algumas das cerca de 100 entrevistas realizadas com familiares de
opositores e inseridas num trabalho de investigação académica na área da História Contemporânea, o filme documental vai conduzir-nos pelas vivências e consequências de um tempo obscuro na vida de cada uma dessas personagens e as suas formas de resistência, contribuindo de igual modo para o acrescer do
conhecimento da história da resistência à ditadura do Estado Novo.
